ISTO NÃO É UM ULTIMATO!

14 de abril 2017
Cinema Passos Manuel, Porto

Exactamente 100 anos depois de Almada Negreiros ter ocupado o palco do Teatro República para realizar a primeira Conferência Futurista, vários artistas de diferentes gerações e de diversas disciplinas artísticas juntam-se no Cinema Passos Manuel, no Porto, para reinventar a memória dessa conferência.
Na Revista “Portugal Futurista” Almada descreve como decorreu a conferência explicando que “(…) a plateia costumada a conferências exclusivamente literárias e pedantes chocou-se nitidamente com a virilidade das minhas afirmações pelo que executava premeditadas e cobardes reprovações isoladas mas sem efeito de conjunto.”
À boa maneira futurista, a plateia podia interromper o conferencista, que lia o seu “Ultimatum às gerações futuristas do século XX”, entre outros manifestos.
Almada crê que conseguiu ultrapassar a “bitola de insipidez em que se gasta Lisboa inteira, e atingir ante a curiosidade da plateia a expressão da intensidade da vida moderna, sem dúvida de todas as revelações a que é mais distante de Portugal”.

Artistas participantes: Nova Orquestra Futurista do Porto, The Underground Film Studio (Clara Pais & Daniel Fawcett), Frederico Dinis, HystericalOneManOrchestra.

Isto Não é Um Ultimato

Cartaz por Jorge Cerqueira

NOCTURNAL EMISSIONS no Teatro Municipal Rivoli

[UNDERSTAGE] • SEX 24 MAR / 23H00
*Um concerto UNDERSTAGE em parceria com Materia Prima e ANDRÓMEDA – Agenciamento & Produção

Bilhetes 5,00 EUR • M/12: http://bitly/2lI1YJi

Nocturnal Emissions

A génese de Nocturnal Emissions remonta ao final da década de 1970, banda formada nessa época por Nigel Ayers, o seu irmão Daniel, e Caroline K. Este projecto experimental/industrial, para além de ter granjeado um estatuto de culto similar aos seus compatriotas Throbbing Gristle, Nurse With Wound e Coil, foi a única banda a dar um concerto no meio dos históricos motins de Brixton, no subúrbio Sul de Londres, em Abril de 1981.
Nas décadas subsequentes, Nocturnal Emissions transformou-se no veículo de expressão artística de um só homem, Nigel Ayers. Nascido em 1957, em Tideswell, Derbyshire, reside actualmente na Cornualha. As suas manifestações artísticas interdisciplinares fazem parte de um processo contínuo, inserido numa campanha de guerrilha ontológica que recorre à utilização da vídeo arte, filme e hipertexto, e cujo objectivo final visa chamar a atenção para os sistemas ideológicos de controlo, contribuindo desta forma para o questionar das estruturas capitalistas.
Em 1980 fundou a editora Sterile Records, selo responsável pela edição dos primeiros discos de John Balance (Coil), Maurizio Bianchi e Lustmord, entre muitos outros. Sete anos depois, em 1987, formou a Earthly Delights, editora especializada na análise da paisagem tecnológica e nos efeitos psicológicos resultantes da exposição à matéria sonora. Na década de 1990 concebeu bandas sonoras para Butoh (nomeadamente para o coreógrafo nipónico Poppo Shiraishi). Ao longo de mais de três décadas de actividade colaborou com imensos artistas, dos quais se quais se destacam Bourbonese Qualk, C.C.C.C., Andrew Liles, Lustmord, Robin Storey (Rapoon), Z’EV, e Zoviet France. O seu trabalho visual tem sido apresentado em diversos locais como a Tate e o The Institute of Contemporary Arts.
Actualmente, Nocturnal Emissions define-se como um projecto de sound art que cruza diversos estilos musicais, como a electroacústica, música concreta, sound collage, post-industrial, ambient e noise. Em quase quatro décadas de actividade contínua, 2017 marca a estreia de Nocturnal Emissions nos palcos nacionais, pelo que a sua passagem pelo Rivoli assume-se como um concerto de presença obrigatória.

Notes towards a mental breakdown [Atila + Iurta]

24. 2. 2017 – 22h00
ATILA (pt) + IURTA (pt)
Cinema Passos Manuel, Porto

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Cartaz por Ana carvalho a partir de óleo sobre tela de Luís Troufa

Música experimental, hipnótica, numa noite dedicada à electrónica subterrânea, nas suas diversas recombinações e ângulos profanos. Concertos dos projectos ATILA (entre o drone, o industrial e o techno) e IURTA (que apresentam o disco de estreia “Notes towards a mental breakdown”, de dark-ambient rugoso, editado pela editora canadiana Cyclic Law) e GABI VON DUB, com um dj set sombriamente entusiasmante a antecipar os concertos. Paisagens sonoras, distopias neuronais e abstracções avulsas.

ANDRÓMEDA – INVERNO 2017

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Perseu mostra a Andrómeda a cabeça de Medusa reflectida na água. Gravura em madeira do século XIX, a partir de um fresco de Pompeia presente no triclinium da vertente oeste do peristilo da Casa di Apollo. Existem frescos similares nas casas circundantes, facto que demonstra a popularidade deste tema. A face de Medusa apenas petrifica aqueles que ousam a sua contemplação directa, o que não acontece com o seu reflexo.

Em 2017 a ANDRÓMEDA passa a representar também os seguintes artistas: Frederico Dinis, Daniel Fawcett & Clara Pais, e Nocturnal Emissions.

PHILL NIBLOCK – Passos Manuel

26. 1. 2017 – 22h00
PHILL NIBLOCK (usa)
Cinema Passos Manuel, Porto
Pré-venda – 8 Euros (Bunker Store, Matéria Prima, Piranha, Louie Louie)
Dia do concerto – 10 Euros

phill-niblock-26-janeiro-2017

Carta por Ana Carvalho

Phill Niblock é um artista Intermédia norte-americano cujo trabalho se encontra disseminado por várias áreas, tais como: criação musical assistida por computador, música, cinema, fotografia e vídeo. Desde os meados da década de 1960 que Niblock compõe música densa para ser escutada em alto volume. As suas criações musicais, compostas de drones preenchidos por microtonalidades de timbres instrumentais expandem-se, gerando novos tons assim que tocados em concerto. Paralelamente, no âmbito das suas performances sonoras, Phill Niblock recorre a filmes / vídeos ilustrativos do movimento das pessoas a trabalhar, bem como imagens digitais abstractas a preto e branco, que flutuam através do Tempo.
Exerce ainda, desde 1985, funções de director da Experimental Intermedia Foundation (EI) em Nova Iorque (<http://www.experimentalintermedia.org/&gt;), instituição da qual é membro/artista desde 1968. É produtor de música e eventos Intermédia na EI desde 1973 (com cerca de 1000 performances). É também o curador da editora XI Records. Em 1993 integrou a criação de uma organização Experimental Intermédia em Gent, na Bélgica – EI v.z.w. Gent – instituição que tem por missão promover residências artísticas e exibir instalações.
O seu trabalho já foi apresentado por todo o mundo, em locais como: The Museum of Modern Art; The Wadsworth Atheneum; KitchenParis Autumn Festival; Palais des Beaux Arts, Bruxelas; Institute of Contemporary Art, Londres; Akademie der Kunste, Berlim; ZKM; Carpenter Center for the Visual Arts at Harvard; World Music Institute at Merkin Hall NYC. A música de Phill Niblock encontra-se disponível através das editoras: XI, Moikai, Mode e Touch. Os DVD’s dos seus filmes estão disponíveis através da editora Extreme. Em 2014 recebeu o prémio John Cage, atribuído pela Foundation for Contemporary Arts.

FUEGO – Passos Manuel

19. 1. 2017 – 22h30
FUEGO (sp)
Cinema Passos Manuel, Porto
3 Euros

fuego-19-janeiro-2017

Poster por Ana Carvalho (imagem: François-Louis Schmied)

Fuego é um projecto de música electrónica ambiental, herdeiro da melhor tradição experimental à la BBC Radiophonic Workshop e Éliane Radigue. Nacho Cordoba (mentor da editora espanhola MAGIA) manipula um velho dispositivo de calibrar televisores, aqui utilizado para criar sonoridades subaquáticas, atmosferas borbulhantes, e melancólicos chamamentos de sereias, enquanto cria melodias altamente emocionais e indutoras de estados alterados de consciência. Este projecto, criado em 2011, já contou com diversos line-ups (desde solo, duo e quinteto), tendo até à data editado dois álbuns e uma cassete. Este será o primeiro concerto daquela que é a segunda tour europeia de Fuego. Todos os concertos desta tournée serão registados, no sentido de integrarem o próximo registo discográfico, Sirena, a ser editado em Outubro de 2017.